Por que 2023 não está sendo um bom ano para a abertura de capital na Bolsa de Valores?

Entrevista para a LexLatin. Leia a íntegra

O ano de 2023 não tem sido bom para o mercado de capitais no Brasil. Prova disso é a absoluta falta de ofertas públicas iniciais (IPOs, sigla em inglês). Segundo os especialistas ouvidos pela LexLatin, essa “estiagem” pode persistir, no mínimo, até o primeiro trimestre do próximo ano, influenciada pelo sentimento dos investidores em um cenário de taxas de juros globais elevadas e tensões geopolíticas internacionais.

Durante esse intervalo, diversos fatores, tanto locais quanto externos, contribuíram para o congelamento das ofertas. Atualmente, as incertezas são moldadas pela trajetória das taxas de juros nos Estados Unidos e, no Brasil, pela expectativa em relação à queda planejada para a taxa Selic até o final de 2024, conforme apontam advogados especializados da área. A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas trouxe uma volatilidade adicional, resultando no resfriamento de muitas negociações que provavelmente serão retomadas apenas no próximo ano, de acordo com os analistas.

Diante do acréscimo das incertezas, a Bolsa de Valores brasileira passa por um período de quase dois anos sem atividade significativa, algo que aconteceu pela última vez no fim da década de 1990.

“A interconectividade dos mercados financeiros globais impactam nossa economia, especialmente o mercado de capitais. Outras opções de captação de recursos acabam impactando também a falta de ofertas públicas de ações, como emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio – CRAs, Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRIs e outros. Aliado a isso, o histórico do comportamento do mercado de capitais brasileiro é de cautela em momentos de incerteza econômica e política”, analisa Arthur Longo Ferreira, sócio responsável pelas áreas de direito dos mercados financeiro e de capitais do Henneberg, Ferreira e Linard Advogados.

 

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